sábado, 14 de março de 2015

A CIÊNCIA ESPÍRITA - 01

(Parte 01)


Na condenação de Galileu ele foi obrigado a refugiar-se em sua própria casa e renunciar aos princípios científicos que divulgava. A Igreja da época estava dando o recado de que não suportaria a perversão dos fundamentos aristotélicos que ela adotava. O sistema do mundo criado por Deus correspondia ao que Aristóteles e Ptolomeu haviam decifrado.

Deus como Ser Supremo e Onipotente, criou e pos o mundo em movimento e, desde então, tudo funciona com perfeição e harmonia, com ou sem a sua presença. Ele estabeleceu a ordem para o Universo e nada pode mudá-la. As estrelas que estão fixadas e imóveis nas abóbadas do firmamento são formadas de uma substância divina diferente da que existe no mundo sublunar. A Terra ocupa o centro do Universo e o Sol, que vai de um extremo ao outro do horizonte, serve de lâmpada que ilumina o céu. Tudo que é perfeito e escapa ao entendimento humano é obra de Deus. O círculo é tido como figura perfeita impondo aos planetas uma órbita circular nas suas trajetórias em volta do Sol. Não há qualquer ligação entre a vida do homem e a dos animais, eles fazem parte da criação para povoarem o mundo. O Homem conhecido na época era o homem branco, criado no paraíso, de onde foi expulso por ceder à tentação do sexo. Condenado a viver na Terra, terá de seguir os mandamentos da Lei de Deus, que só a Igreja é competente para revelar, podendo ser salvo ou condenado a penas eternas conforme sua submissão. Como doutrina que esclarece o início e o fim do Homem, a Religião da época era um sistema acabado, pronto e que não admitiria mudanças desnecessárias. Seu conteúdo era completo e suficiente para consolar e aliviar nossas dores, ensinar a tolerância aos nossos sofrimentos, justificar a incoerência aparente da Justiça divina e garantir a salvação para os fiéis submissos aos seus sacerdotes. As desigualdades também ocorrem por obra e vontade de Deus e não nos compete desafia-Lo em seus desígnios.

Conseguindo “explicar” os mistérios do mundo e da vida, as concepções religiosas desempenhavam um papel superior ao da ciência iniciante da época. A religião fornece segurança, conforta no sofrimento, alivia nossos medos, faz troca com nossos “pecados” e assegura a esperança numa vida futura, onde conseguiremos obter o que a Terra não nos privilegiou.
  
Ciência – o estatuto do conhecimento verdadeiro, racionalidade, indeterminação, pensamento livre para criar a sua verdade.

Galileu usa o raciocínio matemático para comprovar as tese de Copérnico deslocando o Sol para o centro e colocando a Terra no cortejo dos planetas ao seu redor. Num mundo tido como regular e perfeito ele descobre as irregularidades da superfície lunar onde viu suas crateras. Num sistema imutável ele acrescentou luas a Júpiter que não foram descritas por Aristóteles.

            O alicerce da Igreja viu-se abalado por novas descobertas que sucederam rápidas. Ticho Brahe, testemunhou por dois meses a passagem de uma estrela nova no firmamento que a Igreja supunha fixo e invariável. Johanes Kepler comprovou matematicamente que as órbitas dos planetas são elípticas e não círculos perfeito como se supunha. René Descartes construiu um sistema filosófico que permitiriaa separar o corpo da Alma e André Vessálius inaugurou o estudo da anatomia humana num corpo que lhe parecia comportar-se como uma máquina, capaz de mover-se com músculos sem a ajuda do espírito.

            Mais tarde, Isaac Newton, identificou a “força atrativa” que mantém os astros em suas órbitas, que movimenta as águas dos oceanos no sobe e desce das marés e provoca a queda os corpos.

           Gradativamente as forças imateriais que produziam o movimento e a ordem do Universo foram reconhecidas como forças da gravidade. As Leis divinas que mantém a regularidade dos fenômenos físicos foram substituídas por princípios matemáticos. Os mistérios que sustentam a vida foram compreendidos como combustão do oxigênio, fermentação dos alimentos ou metabolismo celular. Os “espíritos animais” que transitam pelo corpo humano produzindo seus reflexos e movimentos, foram identificados quimicamente como neuro-transmissores. A regularidade dos acontecimentos foi violada pelo princípio da incerteza. O determinismo linear de uma causa para cada efeito foi abalado pela casualidade circular em que o padrão de resposta determina a intensidade da causa.
  
O Paradoxo “Ciência como Religião” – Dogmas, Rituais, Hierarquia, o Sagrado e o Profano.

            Historicamente Religião tem base na tradição cultural dos seus seguidores. Seu conteúdo, que orienta o comportamento dos fiéis, está redigido em textos sagrados que persistem inalterados por séculos. A linguagem ai empregada é quase sempre simbólica permitindo interpretações conflitantes. Daí a importância do sacerdote e do sistema de hierarquia que os classifica. Entre esses sacerdotes são distribuídas as regalias materiais e o poder divino que os pressupõem representantes de Deus na Terra.

Por outro lado, a construção do saber produzido pela ciência é uma conquista do esforço individual ou de um grupo de pesquisadores. Seus textos, embora redigidos em linguagem técnica, procuram ser o mais claro possível para compreensão dos interessados. A verdade é procurada exaustivamente pela observação ou pela experimentação.

Textos escritos ou opiniões pronunciadas por personalidades hierarquicamente destacadas, têm importância relativa e, para serem aceitas, precisarão submeter-se a comprovação realizadas por experimentadores independentes. O conhecimento cientifico tem duração relativamente curta, costumam se reunirem em um conjunto de proposições teóricas que constituem um paradigma e, de tempos em tempos, os cientistas envolvem-se na tentativa de proporem novos e mais adequados paradigmas.

            A Ciência não deixou de ocupar-se, também, com dilemas que sempre estiveram sob o domínio das religiões. Ela tem, a seu modo, uma proposta para a origem do Universo e da vida na Terra. É apropriado para a Ciência pesquisar o mecanismo que desencadeia os fenômenos, como eles acontencem, mais do que tentar explicar porque eles acontecem. Ela se ocupa minuciosamente com a causa da dor e muito pouco com o porquê do sofrimento humano. A opção da Ciência é esclarecer, mais do que consolar.

Já é aceito por todos que para fazer ciência é preciso adotar o método científico. Classicamente a pesquisa precisa estar enquadrada na liturgia do método. Usa-se a dedução ou a indução; a observação ou a experimentação. Os fenômenos estudados fornecem os elementos que, aplicados a raciocínios matemáticos, fornecem fornecem o valor da verdade descoberta.

Algumas proposições científicas já estão de tal forma comprovadas e aceitas que deverão ter a duração eterna das verdades sagradas das religiões - a gravidade existe como força de atração em todo universo - a energia tem valor inviolável, ela se transforma, mas, não se cria nem se perde – o calor tende a se dispersar, assim como toda energia do universo onde a tendência é o caos - a luz é um fenômeno eletromagnético - a matéria visível em todo universo é da mesma natureza da matéria existente na Terra - as moléculas de todas as substâncias estão em constante movimento - a variedade das espécies se deve a evolução pela seleção natural.


O Hospital Espiritual do Mundo agradece os irmãos DO SITE MUNDO ESPIRITUAL pelo Artigo que iluminou este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados.
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